Por João Sanguinho (GEDA)
Num momento em que se fazem as prestações de contas, inventários e demais actos contabilísticos referentes ao ano anterior, existem muitas outras demonstrações da actividade humana que se podem contabilizar.
Os ferozes mecanismos da economia capitalista, levam quase diariamente aos nossos domicílios publicidade impressa, publicidade que não pedimos e que abusivamente entra casa adentro, a chamada publicidade não endereçada.
Vindos de toda a parte, são distribuídos milhares de panfletos, desdobráveis e até pequenas encadernações, que nos tentam convencer à melhor pechincha, fruto da grande concorrência do mercado.
A distribuição porta à porta é feita por tarefeiros ao serviço das grandes superfícies, inclusive efectuada por serviços de Correios, actividade de distribuição esta sujeita ao pagamento de taxas Municipais.
No eixo Campo Maior – Elvas, pela condição raiana, estamos em crer que será uma das zonas do país onde mais se verifica a permeabilidade do nosso território pela publicidade “Castelhana” e como tal mais quantidade nas nossas caixas de correio. Para além das habituais grandes superfícies de Elvas e Portalegre, também chegam abundantemente convites ao consumo vindos de Badajoz.
Neste cenário, foi efectuado pelo GEDA, no ano de 2016, uma monitorização da publicidade não endereçada recebida num determinado domicilio, para contabilizar esta realidade, sendo os números bastante expressivos. Ao longo dos 12 meses do ano de 2016 foram recebidos apenas numa caixa do correio 14,5 Kg de papel.
De referir que nos períodos festivos ao longo do ano, que correspondem aos picos de consumo, as entregas de publicidade disparam, pois convém não esfriar a atitude consumista do cidadão incrementando esse sentimento, levando até si as imensas propostas que lhe vão esgotar o ordenado!
Face a esta realidade fazemos então várias perguntas: a quantos domicílios chegam estas entregas? É assim em grande parte do mundo? Pode o nosso planeta continuar a responder perante tamanha irresponsabilidade? O que posso eu fazer contra isto?
Como é sabido a humanidade vive acima das possibilidades do planeta, e lamentavelmente o apelo ao consumo leva a esta situação, mas por via da desmaterialização e comunicação electrónica estará este processo em lenta mudança.
Em primeira instância esse papel deve ir para o ecoponto azul e se levar o assunto mais a sério não aceite a publicidade não endereçada colocando essa informação na caixa do Correio.
Fica aqui o apelo para um consumo responsável perante a nossa casa comum, o planeta Terra!