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Elemento do GEDA participa na subida do Aconcágua

Uma Expedição portuguesa com um elemento do Geda ( Paulo Carrilho ) parte no próximo dia 6 de Janeiro para a Argentina, para tentar alcançar o cume da montanha mais alta do hemisfério Sul, com cerca de 7 mil metros.

O grupo, de três diabéticos, pretende “alcançar o cume, a 6.972 metros de altitude”, na tentativa de registar o feito de serem “os primeiros diabéticos dependentes de insulina a chegar ao cume daquela montanha andina pela Rota dos Polacos Transversal”, o segundo caminho mais difícil, explicou o participante Frederico Teixeira.

A expedição será acompanhada pela médica Sílvia Saraiva, especialista na doença, que considera importante “desmistificar a diabetes como doença incapacitante”.

A médica e organizadora da expedição pretende “promover o avanço científico da diabetes, estudando o seu controlo em situações de exercício extenuante e em condições climatéricas extremas”.

Sílvia Saraiva tem como objectivo, para além do registo do feito, mostrar que “o facto de serem portadores da doença não é impeditivo de fazerem qualquer tipo de actividade”.
Na sua opinião, os portadores da diabetes podem fazer “qualquer tipo de esforço ou desporto mais exigente”, e até mesmo “comer chocolates ou qualquer tipo de alimento”.
Os elementos da expedição têm experiência anterior de alta-montanha, com vários cumes conquistados na Europa e África.
Os três alpinistas, além da médica e de um jornalista da agência Lusa que vai acompanhar a expedição, vão suportar “temperaturas até aos 20 graus negativos e ventos com cerca de 180 quilómetros hora”, explicou Paulo Carrilho, também participante.
O Aconcágua fica situado nos Andes, a segunda cordilheira mais alta do mundo a seguir aos Himalaias, e corre ao longo de todo o continente Sul-americano.

MPC. Agencia Lusa


Sobre o Monte Aconcágua

O monte Aconcágua – Sentinela de Pedra – tem 6.962 metros de altitude, e é simultaneamente o ponto mais alto das Américas, de todo o Hemisfério Sul e o mais alto fora da Ásia. Fica localizado nos Andes Argentinos, a cerca de 112 km da cidade de Mendoza. Está localizado no Parque Provincial Aconcágua, cuja entrada fica próxima ao povoado de Puente del Inca.

Possui três vias de acesso: a normal, o Glaciar dos Polacos e a Parede Sul. A mais frequentada é a rota normal ou noroeste, que apresenta menos obstáculos técnicos – mesmo assim, não é recomendada para aventureiros não climatizados ou não experientes. As outras duas requerem escalada em gelo e rocha. A sua silhueta árida, os cumes gelados, o deserto de um lado e o oceano do outro mostram a magnitude e a magia da natureza.

Por ser a montanha mais alta das Américas desafia todos os anos montanhistas de todo mundo a escalá-la. Existem alguns locais para acampamentos para quem deseja realizar a subida da montanha: Confluência a 3368 m de altitude, Plaza de Mulas 4370 m. – que é o acampamento base -, Nido de Condores a 5560 m e Berlim a 5926 m.

Apesar de sua altitude, o Aconcágua não é uma montanha difícil de ser escalada do ponto de vista técnico, pois para atingir o seu cume pela rota normal não é necessário que o montanhista realize escaladas técnicas.

O desafio que a montanha apresenta é um teste de resistência física pois o montanhista tem que superar o frio e a falta de oxigênio comum às grandes altitudes.


Actualização

A expedição onde esta inserido o nosso companheiro Paulo regressou ao campo base. Sabemos que está tudo bem. Assim que chegarem mais noticias, serão de imediato inseridas no site.


Diário

(Sem acentos e afins)

Após dois dias de viagem chegamos a Argentina em bom estado, o único senão ficamos sem  duas das nossas malas de porão as quais terão ficado em paris segundo Air France, no entanto tudo se resolveu no dia seguinte Dois dos elementos da expedição tinham ficado seguinte. essencialmente sem a sua roupa técnica de montanha… No dia seguinte finalizei os contratos com as empresas prestadoras de serviços logísticos e tratamos dos permissos de ascensão, tal como, do aluguer e compra do equipamento que agora se encontrava em falta. Partimos para a aldeia base da montanha, o ultimo contacto com a civilização, foi nesta deslocação que nos , cruzamos com o Dakar, tal como no dia seguinte antes de começarmos a andar.

1ª Etapa I Sex. 9 Jan. 2009

1º dia de trekking de aproximação a etapa decorreu entre Punta de Vacas a 2 aproximação, 2700m e Pampa de Leñas a 2800m num total de 1 00m 14Km ao longo do rio de Vacas. Andamos durante cerca de 6 horas debaixo de um sol abrasador, rondava os 35ºC, ficamos um pouco queimados devido a 35ºC, uso de t-shirt e calções. Ao longo do caminho fomos repondo os nossos reservatórios de . líquidos (3L) em nos ribeiros. Chegamos por volta das 17:00 ao final da etapa e montamos acampamento. Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

2ª etapa I Sab. 10 Jan. 2009

2º dia de trekking de aproximação, entre Pampa de Leñas (2800m) e Casa de Piedra (3200) deslocamo-nos ao durante 16km ao longo do mesmo rio. Grande parte do tempo dentro da caixa do rio sobre pedras roladas. O sol continuou a fazer-se sentir pelo qual me desloquei todo o tempo com manga comprida e calções um pouco mais compridos.

3ª etapa I Dom. 11 Jan. 2009

3º dia de trekking de aproximação, entre Casa de Piedra a 3200m e Plaza Argentina (Campo Base) a 4200m Abandonamos a Quebrada de Vacas e subimos ao longo da Quebrada de Relinchos por onde corre o ribeiro do mesmo nome ate atingirmos o Campo Base. Foram 12km realizados em cerca de 7:30 nos quais salvamos 1000m de desnível. O sol persistiu ao longo de quase toda a etapa na qual ainda se me soltou o sangue, talvez devido ao sol a dilatação dos capilares com a altitude, nada de especial que não se resolve-se em andamento tamponando uma das narinas, ou seja, ar rarefeito e uma narina tapada, hehe.

4ª dia I Seg. 12 Jan. 2009

Hoje e dia de descanso e aclimatação, estamos todos bem no Campo Base a repor líquidos e energias. Pela manha fomos fazer um check-up médico no qual passamos com distinção… Muitos beijos e abraços para todos, neste momento são 17:30 e estamos quase a ficar sem comunicações quando puder volto a entrar em contacto convosco isto aqui e um luxo de Montanha e estamos todos muito bem.

5ª etapa I Teir. 13 Jan. 2009

CB – C1 – CB Ontem efectuamos um porteo de alimentos com cerca de 50Kg entre o Campo Base (4200m) e o Campo1(5000m).No entanto deixamos alguns Kg pelo caminho uma vez que o nosso querido jornalista teve alguns sintomas de mal de montanha, baixando e recuperando de imediato. Foi um dia longo e muito esforçado. Após 7horas a andar alcançamos finalmente o C1, deixamos os alimentos e voltamos para o CB. Durante Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes… esta etapa salvamos um desnivel de 800m. Apos deixarmos a carga no C1 baixamos ate ao C1 empreendendo para tal mais 2horas.

6ª etapa I Qua. 14 Jan. 2009

Descanso em CB Hoje é dia de descanso no Campo Base. Vamos refazer as malas, cargar baterias e preparar todo o equipamento para 7 a 8 dias de altitude. Amanha, abandonamos o CB e estaremos em altitude 7 a 8 dias completamente incomunicáveis com a civilização, apenas teremos serviço de rádio para poder comunicar com os campos e equipas de resgate. Por cá está tudo muito bem, o tempo tem ajudado até agora dias com cerca de 30C e noites frias mais acima certamente estará mais frio. Beijos e braços para todos… e muita força por ai Desculpem a escrita acidentada, voltarei a entrar em contacto em 8 dias se possível, se chegar a horas de net no CB Beijooooossss e Abraçosooossssss Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes… (escrito em pacotes de chá)

7ªetapa I Qui. 15 Jan. 2009

CB (Campo Base) 4200m – C1 (Campo 1) 5000m] Neste dia de ascensão entre o CB e o C1 superamos o tempo efectuado na 5ªetapa aquando do “porteo” efectuado entre estes dois campos. Hoje toda a subida me pareceu mais fácil, mais rolante e coordenada. Desta vez subimos à esquerda do rio cruzando-o apenas para a direita quase na base do “Glaciar dos Ingleses”, atravessamos a moreia e subimos de novo pelo zig-zag por entre os penitentes (formações de gelo efectuadas por acção eólica típicas daquela zona e que se assemelham com monges orando), até alcançarmos o C1. Saímos às 10:00 do CB e alcançamos o C1 às 15:30, foram 05:30 de deslocação nas quais salvamos 800m de desnível. Quando chegamos ainda fui ajudar a montar a tenda VE25, enquanto os companheiros ficaram a descansar nas Mountain25, que já estavam colocadas e onde dormiríamos, foi quando notei que uma estranha dor de cabeça se estava a instalar. O Fred, deitou-se logo dentro da tenda. O Carlos, estava sentado numas pedras frente à tenda desde que chegáramos, quase não se mexia, estava exausto e com dor de cabeça. De seguida eu deitei-me na nossa tenda com a cabeça encostada no saco-cama, pois aliviava- me. Se me começava a deixar-me dormir sentia como que o ar rarefeito, respirava duas vezes seguidas e continuava a descansar. Mais tarde ao medir a % de oxigenação no sangue comprovou-se que estava baixa, passei a descansar sentado, hidratei e comi e em breve recuperei… Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

8ªetapa I Sex. 16 Jan. 2009

C1 (Campo 1)[5000m] Dia de descanso e aclimatação Pequeno-almoço às 09:30 Um dia de descanso a 5000m sobretudo com a intenção da aclimatação. Utilizamos a tenda azul logo ali ao lado, tenda WC da Aymará gentilmente emprestada. Era uma espécie de iglo azul com a porta virada para o precipício, uma vista magnífica para o Cerro Plata e outros, mas que mais não passava de um espaço com um pouco mais de privacidade, isolado das vistas alheias, mas um local onde tínhamos de levar e colocar o nosso saco de “caca” preso nas pedras e fazer pontaria, tínhamos de levar também o papel higiénico, mas até existiam numa das bolsas laterais alguns sprays tipo “Brise”. Isto à coisas práticas que por vezes se tornam complexas… Almoçamos “locro” de lata (tipo cosido de grão), enquanto comíamos apareceu a porteadora Ana e o nosso colega e jornalista Mário Caetano, três dias após ter tentado subir ao C1 e ter fracassado, desta vez mais leve, conseguiu subir acompanhado por outro grupo, filmou o campo de altura e aproveitou ainda que sentado para efectuar algumas entrevistas para enriquecer o seu trabalho. Logo após o Mário começar a descer fomos realizar mais algumas reportagens, esta vez com o Fred, pois afinal temos também a responsabilidade de levar algumas imagens para a TVI. Pouco depois fomos até ao “penitentes” mais próximos fazer uma prática de neve e gelo com crampons e piolet, pois o Carlos tinha pouco conhecimento prático destas técnicas. Jantamos uma espécie de esparguete (fideos) com um molho tipo bolonhesa. De seguida eu e os guias jogamos ao “Chinchon” um jogo de cartas para entreter e divertir. Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

9ªetapa I Sab. 17 Jan. 2009

C1 (Campo 1) 5000m]- C2 (Campo2) 5500m] 04:30’ duraçao Ainda tomávamos o pequeno-almoço e já a neve queria cair. Saímos depois das 11:00 e os porters não havia maneira de chegarem, pois neste dia também tinham de mover as coisas do grupo do Fred, outro guia. A etapa, que passa o colo e o ventisquero Ameghino entre o monte do mesmo nome e o próprio monte Aconcágua é muito bonita e não tivesse sido a neve e o forte vento que se fez sentir e até diria que a mesma foi relativamente fácil. Durante todo o caminho a neve e o vento forte fez-se sentir, por vezes quase voávamos quando uma rajada era coincidente com o levantar de um pé e um bastão, uma tempestade. Nesta etapa o meu medidor contínuo da glicemia veio sempre desligado, o sensor tinha expirado na noite anterior e ainda não tinha sido oportuno substitui-lo, desta forma não tinha informações da glicemia a cada momento, mas por outro lado também não tinha mais um alarme a que dar atenção a cada momento. Tal como medidor contínuo também o GPS e a máquina fotográfica seguiram desligados neste dia, foi um dia a poupar baterias, ou melhor, sem baterias. Chegamos por volta das 15:30 ao C2, denominado pelos locais como C3 de Guanacos, antes dos porters e do Julver (2ºguia). O Pinki arranjou duas tendas de outro grupo para nos refugiar, uma vez que o mau tempo persistia e as nossas tendas não estavam no local, o Julver tinha na sua mochila as varas da VE25, parte de uma das tendas. Quando o Julver e os porters chegaram eu sai logo e entre guias e porters com a desajuda do temporal foi um instante enquanto montamos o acampamento de apenas três tendas. Distribuídos os equipamento sobrepressão pelas tendas e depois de todos estarem instalados e minimamente organizados nas suas tendas resolvi então testar a glicemia e a acetona. Sai da minha tenda, enfrentando a tempestade fui buscar todos os termos por entre as tendas e fui enche-los de agua quente à tenda dos guias, que já derretiam neve, posteriormente fui distribui-los pelo pessoal que descansava. Fiquei lá, na tenda onde cozinháramos. Preparamos umas picadas (petiscos) com chouriço, queijo, azeitonas, paizinhos, bolachas, bolos… e o Julver foi distribui-las pelas tendas enquanto eu e o Pinki ficamos a conversar e a tomar uns “mates”. De seguida preparou-se o jantar, “fideos com salsa branca” e mais uma vez o Julver frente ao temporal foi buscar os pratos de cada um e distribuir o jantar. Nos três (guias), ou seja, guias e eu na posição de guia tour leader, comemos ambos do meu prato, pois já só havia um resto que não chegaria certamente para rechear mais três pratos e fazer e ferver agua para cozinhar aquela altitude e com aquelas temperaturas não é propriamente tarefa fácil nem rápida. Jogamos às cartas até conseguir ferver novamente água, para a hidratação nocturna, com a ajuda de três fogões a benzina debaixo de uma só chaleira. Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

10ª etapa I Dom. 18 Jan. 2009

C2 (Campo2) 5500m] Dia de descanso Tal como previsto o dia acordou soleado e com tudo branco pela neve seca que se fez sentir durante toda a noite. As mochilas, sacos e tudo aquilo que se encontrava nos avançados da tenda estavam cobertos por neve, mesmo estando cobertos pela cobertura exterior da tenda. Se a tenda não tivesse fechos eclair e uma cobertura interna de qualidade teríamos ficado também com neve no interior, pois bastava uma pequena abertura num fecho para logo de seguida se fazer sentir a neve no interior, tudo isto devido ao forte vento que se fazia sentir em simultâneo. Tomamos o pequeno-almoço e descansa-mos ao sol. Entretanto aproveitamos para fazer algumas imagens e gravar reportagens. Logo após almoçarmos uma deliciosa “polenta” o tempo mudou e tudo ficou coberto, foi então que começou a nevar de novo. Fui buscar uma saca de neve um pouco mais acima antes que o tempo piora-se mais. Jogámos ao “chincon” e quando o dia começou a abrir de novo já era hora de começar a cozinhar o jantar “fideos com salsa champinhon” Entretanto efectuamos um contacto via rádio [143,900Mhz] com Plaza Argentina [Campo Base] para confirmar os Porters para o dia seguinte, dito contacto permite-nos saber as previsões do tempo: amanhã19 – sol pela manhã e neve pela tarde tal como hoje, ter.20 – neve pela tarde mas um dia sem vento, qua.21 – neve todo o dia. Transmitimos estas previsões às outras expedições que se encontravam no C2 e mobilizamos mais de uma expedição que tinha por intenção subir um dia mais tarde. Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

11ª etapa I Seg. 19 Jan. 2009

C2 (Campo2 / 3 de Guanacos) 5500m]- C3 (Campo3 / Plaza Colera) 6000m] Tomamos o pequeno-almoço, aveia com leite, café, chá, leite em pó, panetone, bolos e bolachas diversas, etc… O grupo de expedicionários que avisáramos no dia seguinte acerca das condições climatéricas estava à espera que fossem 9h para realizar uma chamada via satélite para a Alemanha de forma a poderem confirmar as previsões e levarem avante a sua decisão de irem para o C3 já hoje e tentarem o ataque ao cume um dia antes do que tinham previsto. As informações vindas da Germânia não adiantam grade coisa o que os leva a tomar o nosso conselho. Quanto à nossa expedição e no que a “janela de oportunidade” diz respeito, tudo parece perfeito. Os prognósticos parecem indicar como melhor dia o 20 com 0 km/h de vento apesar da neve prevista para a tarde, perfeito, pois o vento quando sopra é uma das piores características desta montanha, vento frio e cortante que chega a impedir a ascensão ao cume. No entanto, apesar de o dia encaixar na perfeição com o dia que tínhamos previsto para a ascensão ao cume, se os prognósticos se mantiverem, ficaremos limitados a uma tentativa, ou seja, como se diz por cá: o ataque ao cume será dia 20 “o si, o si”, visto que o dia 21 que temos de reserva/ decalage poderá vir a ser de mau tempo com neve a fazer-se sentir durante todo o dia. Já eram 11:45’ quando saímos do nosso 2º Campo de altura, localizado onde antigamente se situava o C3 de Guanacos. Guanacos é uma via que hoje se encontra fechada por interdição do Parque Nacional Aconcagua, pois essa via decorria por uma das actuais zonas de protecção integral do parque. Este campo de altura é formidável, brindando-nos com uma vista magnífica. Os porters chegaram logo em seguida, pouco antes de começarmos a andar, o Julver ficou um pouco mais para lhes orientar as cargas uma vez que parte da comida e alguns objectos como por exemplo os painéis solares ficarão ai até nos baixarmos. No entanto à chegada a C3 – Plaza Colera os porters referiram haver 10kg a mais!? (afinal eram mas é 10kg a menos, pois eram 10 a mais mas de 3). Progredimos até Plaza Colera durante cerca de 04:00’ alcançando Piedras Blancas às 15:30 e salvando um desnível vertical de 500m. A meio caminho dividimos o grupo e o Carlos ficou com o Julver, pois não estava a conseguir acompanhar o passo do Pinki, no entanto, até ali tínhamo-lo mantido em segundo, na frente do grupo e seguia-mos ao seu passo. Após cerca de mais uma hora o Carlos e o Julver chegaram ao acampamento. Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes… Em Plaza Colera dispusemos de um Domo (tenda geodésica) da Inka no qual pudemos cozinhar e até jantar, posto que éramos o único grupo com ligação à Inka no momento. Pouco depois de chegar senti-me ligeiramente exausto e afectado pela altitude, encerrava uma estranha dor de cabeça. Além do mais dentro do Domo, onde me encontrara sentado numa pedra, o ar ficara saturado com muita facilidade, ainda que com a porta aberta, devido aos três queimadores de benzina que se encontravam a operar para poder fazer água. Preparei tudo para às 05:00am sairmos no ataque ao cume, fiquei todo o material ordenado, não esquecendo nenhum pormenor, até os botins (interior das botas) dormiram no saco- cama… Deitamo-nos cedo, logo após o jantar, mas ainda antes “fui ao saco”, pois afinal aquele mau estar não era apenas da altitude… Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

12ª etapa I Ter. 20 Jan. 2009

C3 (Campo3) 6000m – Cume/ Aconcagua 6962m – C3 (Plaza Colera) 6000m] As 03:00am já estavam todos acordados para se irem preparando para sair às 05:00am. Pois já eram horas de acender os fogões e por neve a derreter, à que fazer água. Uma vez acordado, como já tinha tudo preparado e ainda era cedo pensei o que poderia fazer de útil aquela hora e foi então que sai da tenda, “despejei o depósito”, voltei de novo para dentro do saco-cama e hidratei, bebi todo o chá que tinha dentro do termo. Descansei mais um pouco e só por volta das 04:15am é que sai do saco-cama, era tempo de equipar e tomar o pequeno-almoço. Fui comendo umas bolachitas enquanto me equipava, neste dia não tomei verdadeiramente um pequeno-almoço. Nunca passei frio e estava quase pronto quando sai do saco-cama, no entanto, em algo como quatro pares de meias, quatro camadas ao nível das pernas, cinco ao nível do troco mais três casacos, buff’s, botas duplas e dois pares de luvas, é natural que sempre se tenham de colocar sobretudo as camadas exteriores. Atestei os bolsos das calças e dos casacos com chocolates e afins, fiz um chá dentro do meu termo e coloquei-o na mochila. Saímos já eram 05:15 em direcção a Independência, como destino, o cume. A temperatura rondava os -25ºC. O céu estava estrelado e os frontais (lanternas que se usam na cabeça) ligados. Quanto a mim já era hora de os desligar, mantive o meu ligado por apenas mais 5min. No dia anterior tínhamos combinado que durante as 3 primeiras horas não poderíamos mesmos parar para não arrefecer, comeríamos em andamento do que leva-se-mos nos bolsos. No entanto, pouco após sairmos a Si pediu para parar, coisa que muito raramente faz, pois normalmente até consegue despir em andamento (despe e siga), dizia ter calor, queria tirar um Duvet (casaco de penas). Quando olhei atrás reparei que estava de joelhos no chão, quando o Julver lhe tirava o casaco, facto que deveras estranhei, mais tarde viria a saber da própria que desmaiará desta e de outra vez mais ao longo do caminho. Pouco antes de chegarmos a Independência fomos atingidos pelos primeiros raios de sol e pode observar no horizonte, a poente, a sombra do mesmo Aconcagua numa linha e jogo de cores muito interessante e subtil. Paramos em Independência, ao lado dos vestígios do antigo refúgio de madeira, descansamos, colocamos creme, comemos e quando fui para hidratar, por sinal, tive alguma dificuldade uma Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes… vez que água e o tangue que tinha nos meus nalgenes tinha congelado. O gelo encontrava-se apenas numa capa exterior pelo bastou partir o gelo superior com uma pedra… Começamos a travessia até a la cueva, passamos o portezuelo del viento, foi desde aqui que o grupo se partia a cada passo, o ritmo não era constante e cada dez passos aguardávamos, esperávamos, um aguardar em tensão e esforço, sem sair da posição, alguém não estava a acompanhar o ritmo…, algo se passaria. Paramos em la cueva, havia mais gente, uns militares. Deixamos lá alguns materiais e objectos, eu deixei apenas um nalgen e um bastão. Tomou-se a decisão de que eu e o Fred seguiríamos com o Pinki e a Sílvia com o Julver marcando um outro ritmo. Trocamos um dos bastões pelo piolet e (eu, o Fred e o Pinki) começamos a subir la canaleta, poucos metros acima um grupo obstruía a passagem, quase não se mexiam, davam um passo a cada dez minutos e não estou a exagerar. Após muita insistência para se encostarem para a direita lá passamos, entretanto a Si e o Julver já estavam connosco e seguimos inconscientemente mais ao menos ao mesmo ritmo, quer ao longo da canaleta quer ao longo do filo del guanaco. Já no final do filo passo pelo United, um atleta Espanhol, de Bilbao, que tentava o cume por segunda vez e nos acompanhou em vários momentos desde o C2. Após 8 horas atingimos o cume, eram 13:15’, cheguei ao cume com o Pinki, atrás de mim o Fred, esta parte já está é isto, procurei-a e fui para o pé da cruz, onde não havia ninguém, sentei-me e pouco tempo mais tarde chega o Julver e a Silvia, boa estamos cá, fixe foi possível. Também lá estava o Fideo, o guia que tal como United seguirá o nosso conselho aquando do C2. Abraçamo-nos, filmamos, tiramos fotos, …, tiramos varias fotos, recordo-me que pedi para me tirarem um foto com a bandeira de piolet do GEDA e uma com o pano que tinha o logo de todos os sponsors e afins da expedição, já não teríamos certamente paciência para tirar fotos individuais com cada uma das dez bandeiras de piolet distintas. Antes ainda de descer tirei a minha máquina fotográfica e decidi tirar uma foto ao cume, sem ninguém, apenas com a cruz, foi a única foto do cume que trouxe na minha máquina e só me recordei dela quando já estava em casa. Na descida senti como se as reservas se tivessem acabado nos músculos e por uma questão de segurança preferi descer de forma mais moderada, não fosse ali falhar um passo. Paramos na cova para recolher os objectos deixados na subida, já íamos sair quando efectuei um teste de glicemia e outro de acetona. Paramos novamente em Independência. Passamos por piedras negras e posteriormente em piedras blancas. Chegamos ao C3 após 3 horas de descida, eram umas 16:45. O acampamento estava agora completamente cheio. Cerca de uma hora mais tarde tomamos uma sopa. Ainda conversamos e jogamos às cartas, eu, o Julver, o Pinki e o United. Regressamos às tendas para dormir e já eram quase 22:00’ quando comemos um arroz para reconfortar a barriga até às 09:00 do dia seguinte, hora que marcamos para o pequeno- almoço. Expedicao n’aventura ’2009 AconcAgua 6962m …um novo mundo para a diabetes…

13ª etapa I Qua. 21 Jan. 2009

C3 (Campo3) 6000m – CB ( (Campo Base) 4200m Descemos 1800m de desnível passando por C2 e por C1 até atingir Plaza Argentina.

14ª etapa I Qui. 22 Jan. 2009 CB (Campo Base) 4200m

15ª etapa I Sex. 23 Jan. 2009 CB (Campo Base) 4200m – Pampa de Lenas (2800m)

16ª etapa I Sab. 24. Jan. 2009 Pampa de Lenas (2800m) – Punta de Vacas (2700m) – Mendoza (760m) 00m)

Antes de mais e apesar de este ser um trabalho inacabado, pesar queria aqui deixar o agradecimento a todos quantos seguiram, divulgaram e apoiaram de uma forma ou outra esta magnifica expedição, são estes que me fazem ter orgu ho de ser de onde sou o orgulho e como sou e é a vos que dedico este cume um muito obrigado cume… com 6962m pela vossa força força…o cume e nosso…

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